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Tuesday, March 31, 2009

Saber dizer adeus




Saber dizer adeus...
Quando?
Quando as noites se tornarem breus?...
Quando não puder mais ver os olhos seus?...
Ou quando tiverem morrido os sentimentos meus?...
Como?
Como um pássaro pronto para voar?...
Como quem decidiu viajar?...
Como quem não quer mais se magoar?...
Por que?
Porque morreram as razões para ficar?...
Porque não há mais encontros no olhar?...
Porque morremos nesse caminhar?...
Razões, desejos, decisões...
Que nunca eliminam as ocasiões...
de saber dizer adeus!...

Monday, March 30, 2009

Girassol



Sou como o girassol,
nasci voltada para a luz
onde encontro, enfim,
minha essência primaz...
E tudo em nós traduz
uma energia sem fim
que emana em forma de paz!
Sou como o girassol...
vivendo,
expandindo,
crescendo
com a luz branca do Sol!

Sunday, March 29, 2009

Silêncio


 

Silêncio que jorra no ar,
perene, seleto, sem par...
inebriando todo olhar
que o ouse desafiar.

Silêncio...
de que é feito nosso amor,
sujeito sem verbo
conjugando o presente de dor!

Silêncio...
que sólido e feroz,
é mais revolto que o mar...
mais duro que um algoz,
e teima em nos afastar!

Silêncio jamais rompido,
mesmo em meio a tanto zoar...
contínuo, pesado, sofrido,
eterno no seu ficar!

Silêncio que fecha sua boca,
devia esse seu olhar...
que me bate, agride, sufoca,
e me impede de lhe amar!

Silêncio feito de terra... 
fogo sem apagar;
Silêncio,eterna espera de algo,
um cheiro, um céu... um mar!

Existir




Quando escuto os sons do silêncio,
te encontro no espaço eterno,
entre o ser e o viver...
te vejo etéreo - resultado insano
de meu estar no vácuo do não existir!
Mas nesse tempo, nesse espaço,
nessa ausência de sons,
restam o toque suave de nossas almas
e as luminosas cores de nosso amor...
eterno, vibrante, necessário!
Amor que ultrapassa limites,
existências, dores, subterfúgios...
e se realiza no simples e singelo sentido de existir!

Saturday, March 28, 2009

Visão


 
Me vi,
no reflexo trêmulo da água calma,
vinda do fundo da vida,
emergindo
das profundezas da alma.
Me vi,
no caminho íngreme de terra batida,
vinda da chuva, do vento
esculpida em barro amassado na lida.
Me vi,
no imenso universo erguida,
subindo à origem infinita,
de pura energia nascida!

Friday, March 27, 2009

Perdido



 Tiveste o enlevo dos primeiros amores,
com todo o medo...
e toda coragem
de levantar nuvens e carregar flores...
de mudar vidas e transpor ardores...
Tiveste a luz de quem viveu no eterno
e olhos ansiosos
de quem percebeu o efêmero...
Voastes além do que te fez supremo...
E, finalmente, quando andastes no limiar,
teus desvarios concedestes cambiar.
Nesse holograma em que perdeste o senso;
nesse bloquear que te fez escravo;
nesses momentos que não se repetem,
somos dois loucos que se submetem
a ter no espaço tudo que de intenso
esperamos viver desse amor imenso!

Resistência


 
E veio o vento,
sem nenhum alento,
carregado de tormento!
E caiu a neve,
nem um pouco leve,
cortante como vidro que quebre.
E veio a chuva,
não suave e marcada,
mas endiabrada!

E veio o sol,
não gracioso como o arrebol,
mas ardiloso como um anzol!
E vieram os dias,
não cheios de horas macias,
mas carregados de atrofias!
E surgiram tormentas,
ruidosas... sedentas,
e os relâmpagos correndo caça,
qual antropófagos.
E tudo escureceu,
muita coisa sofreu,
mas nosso amor não morreu!


Thursday, March 26, 2009

Eu...esta desconhecida




Eu... esta desconhecida,
que chora quando queria rir,
que perdoa quando imaginava ferir...
Eu... esta desconhecida,
que teima em ser incongruente,
que mora em meu inconsciente.
Eu... esta desconhecida,
que vive junto e além,
distante, misteriosa... um porém.
Eu... esta desconhecida,
de quem espero, desejo me aproximar...
conhecer, aceitar... e livremente amar.

Natureza




Vento forte, vibrante.
Luz fugidia, fulgurante.
Água que cai, abundante.
Semente que nasce, radiante.
Somos parte do vento,
corremos livres pelo relento.
Pulamos matas,
saltamos vales,
transmutamos males.
Ultrapassamos a força da natureza,
renascemos todo dia.
E em cada gesto a certeza,
que se traduz em alegria.
Natureza magistral
traz força, desafio e paixão...
levando, então, afinal,
muito amor ao coração!

Wednesday, March 25, 2009

Lições




Se te sentes magoado,
por alguém decepcionado...
Fostes tu que permitistes
tudo isso realizado!
Se da vida te achas vítima
e que ela tudo te tirou... que lástima!
Entenda que te libertou
e para coisas melhores te despertou!
Se achas
que a dor insiste em te acompanhar
e que parece nunca acabar...
Saiba que se está a acontecer
é para que possas aprender!
Lições de amor não entendidas,
em lições de dor vividas,
para que entendas o teor
do que Deus te mostra com amor!

Tuesday, March 24, 2009

Tristeza


 
Tristeza que chega escondida,
pé ante pé pela vida...
se aloja sem ser convidada,
e fica... serena, calada.
Tristeza que viaja só,
nem avisa sua chegada...
é passageira do vento,
e fica... sutilmente alojada.
Tristeza,
sem foco, sem rosto...
sem sequer identidade;
chega, e sem crueldade,
fica, tranquila, em seu posto.
Tristeza, é hora de ir...
chegou sua vez de partir...
sei que breve voltará,
e sutil, serena... ficará!

Monday, March 23, 2009

Um quê de ternura




Há um quê de ternura em mim...
sempre que vejo a luz do sol na nascente,
uma planta nascer livremente,
o olhar dos animais, inocente...
Há um quê de ternura em mim...
quando as estrelas pintam o céu,
os pássaros cantam ao léu,
e a chuva cai em um véu...
Há um quê de ternura em mim...
quando o vento me beija o rosto,
a relva macia me oferece encosto,
e um ponto de luz laranja no poente é posto.
Há um quê de ternura em mim...
quando te surpreendo sorrindo,
quando te sinto pureza fluindo,
quando te encontro existindo...
Há um quê de ternura em mim...
um quê de fada, de anjo de luz...
um quê de você... de voz que seduz...
um quê de amor que me conduz...

Sim... há um quê de ternura em mim!


Sunday, March 22, 2009

Perdão




Por não suportar a dor,
por omitir juízos de valor,
por não entender a cor...
Eu te peço perdão: Perdão, Senhor!
Por atos irreverentes,
por vozes intransigentes,
por reclamações incoerentes...
Eu te peço: Perdão Senhor!
Perdão por não ter entendido,
perdão por ter transgredido,
perdão se não soube ter colhido...
perdão pala limitação,
perdão por não ter visto solução,
perdão
por já não ter pedido perdão...

Saturday, March 21, 2009

Utopia


 
Silêncio traduzido no ar;
Palavras não ditas a escapar...
Sentidos idos, calados;
Imagens de álbuns mofados...
Somos a presença desse momento,
injusto, confuso, separado;
Trazemos o bater tão lento
de um viver velho e sonolento.
Meu coração reflete a utopia
de ter sido, em uma breve vida,
tudo aquilo que queria,
mas esquecido o que sentia!

Trajeto



 Andei por passos insólitos
buscando o uno dos mundos;
Pulei por ares inundos
buscando o quântico restrito;
Surfei em céus sólidos
buscando um quê infinito;
Olhei por luzes difusas
buscando minha face vazia;
Ouvi os sons do vácuo
gritando dentro de mim;
Concretizei em minha alma
a certeza do sem fim.
Vivi a herege e diáfana
vida dos sem caminho.
Eternizei em meu trajeto
um gesto de carinho.


Friday, March 20, 2009

Reflexo




Por entre cordas, átomos e vibrações,
me projeto
no universo de minha solidão...
Restos, espécies, gestos
unindo-se numa mesma conclusão...
dentre as nuances mortiças
de um caminhar em vão,
dentre as luas brancas
que sempre me dizem não!
Sou parte dessa luz, desse chão,
desses laços, mormaços...
e me perco
em meio a minha dor e meu cansaço!

Fim


Fim de uma era...
de um tempo de espera;
Fim de um caminho...
um acabar sozinho;
Fim de uma estação...
de um andar na contramão;
Fim de uma rota...
lágrimas que os olhos embota;
Fim de uma trajetória...
perdida no meio da história;
Fim de uma vida...
luz em outro canto nascida!

Thursday, March 19, 2009

De repente



De repente,
a pureza de seu ser
me faz forte para viver...
De repente,
a certeza no seu olhar
me torna pronta para amar.
De repente,
a meiguice no seu falar
me faz livre para gritar.
De repente
a ternura no seu sorrir
me dá coragem para seguir.
De repente
tudo ficou diferente...
você chegou e, impunemente,
me fez uma mulher, somente!

Vida



































 Lembro quando te vi,
recém caída de um verde arbusto...
trazia a leveza do bem-te-vi,
planando livre no vento solto!
E no semblante, suave e firme,
um leve traço de susto.
Qual folha de erva selvagem,
trazia doce cheiro da aregem...
e no peito, tosca e serena,
a pureza se sonhos infantis...
E da noite, bela e morena,
herdou o brilho feliz!
Sonha livre no céu azul,
caminha leve na água límpida;
leva sempre consigo,
o sol como seu amigo.
E em cada ponto do espaço,
encontra uma estrela de luz,
que depois de um forte abraço,
terna e suavemente a conduz!
Saiu da terra,
viveu na fantasia
e renasceu a cada dia.
Trouxe consigo amor e esperança,
que envolveram sua lembrança!
Sorriu no alvorecer,
foi feliz até o poente...
Só não viu quem não quis ver...
quem nunca viveu realmente!